Nas memórias dos passeios pela Avenida de Roma há um momento reservado para passar na discoteca Sinfonia. Outrora eram duas as discotecas do bairro, esta e a Roma, mas com o fecho da segunda coube à Sinfonia manter esse lugar, contrariando a tendência de comprar música e livros nas grandes superfícies. É que o que começou por ser uma discoteca estendeu a oferta à venda de artigos de papelaria e livraria.

Abriu em 1955 com o nome comercial de R. Santos Moreira Lda. e foi trespassada em 1968. O projecto inicial do arquitecto Joaquim Ferreira conheceu obras em 72 e 74, e desde então é a loja que conhecemos, com os seus diferentes níveis, recantos e encantos. Ao fundo, o expositor de posters dos anos 80 e 90 permite uma viagem no tempo. No piso mais baixo era onde muitos vinham ler às escondidas os livros que o regime proibia ou censurava. Conta também as histórias das primeiras febres urbanas com a banda-desenhada, que chegavam a causar filas à porta sempre que se anunciava um novo lançamento.

Conteúdos: Lojas com História

António Barata abriu em 1957 um espaço onde pudesse proporcionar acesso a títulos essenciais que o regime não permitia. Durante os 17 anos que a loja viveu em ditadura, era ali o lugar onde conseguir livros proibidos, que já chegavam ao balcão devidamente embrulhados, expressão que se tornou comum para os designar. Essa ousadia valeu-lhe visitas regulares da PIDE e algumas detenções. Mas Barata acreditava na importância da leitura, no valor de ter acesso a bons textos, ao livre pensar – e isso marca esta livraria muito depois da sua morte.

Em 1986 dão-se importantes obras de ampliação do espaço, até então exíguo. A entrada ganha uma presença visual maior, ao mesmo tempo que a calçada portuguesa avança pelo interior. Os clientes diziam «sinto que estou na Gulbenkian», símbolo máximo da modernidade na Lisboa de então. Tendo sofrido algumas alterações (nomeadamente o piso inferior, hoje consagrado ao livro infantil, escolar e papelaria) mantém-se uma livraria incontornável da cena cultural e literária da cidade.

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A drogaria está na posse dos atuais proprietários, Elsa da Cruz e Rui da Cruz, desde 2003, tendo sido adquirida por compra ao Sr. Jaime. A empresa e o estabelecimento mantêm o mesmo nome desde a sua fundação em 1952, por Luís Robalo da Silva.

O estabelecimento produzia perfumes, contudo, há quatro anos que não o faz. A maioria dos produtos vendidos no estabelecimento são de origem nacional. Parte do espólio do estabelecimento e da atividade encontram-se em exposição no estabelecimento, pelo que se considera que o estabelecimento contribui para a divulgação do património material.

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A frase desenhada a letras brancas sobre a montra diz logo o que de mais importante há para saber sobre esta loja: «há mais de meio século a fazer amigos». Chamou-se outrora Retrosaria Barateiro de Roma. Ali se vendia pronto-a-vestir, tecidos e têxteis-lar. Foi em 1961 que se transformou na Auri Retrosaria, abrigada numa paralela tranquila à Avenida de Roma. Esta é uma loja de bairro que privilegia a relação próxima e continuada com o cliente, o convívio e a partilha de saberes.

Além de retrosaria, é ponto de encontro e escola. Ali se leccionam diferentes cursos: crochê, macramê, costura, bordados e de malhas. Perpetua-se o gosto pelo fazer e pelo estar junto, e a isso atesta um elemento importante do espaço: a longa mesa onde se reúnem clientes (neste caso, amigos e amigas) de todas as idades. De forma mais espontânea ou concertada, às quintas à tarde, com lanchinho.

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António Ferreira abriu esta pequena loja em 1952, no mesmo ano em que se terminou de construir o edifício. Como outras lojas inseridas na área do plano original de Alvalade, Cafélia é um marco nas memórias dos que viveram as primeiras décadas deste bairro como residentes ou visitantes. Para tal, contribuem a dedicação de Paulo Jorge e Jorge Gaspar que trabalham aqui há mais de trinta anos. São quem reconhece os clientes frequentes e quem sabe traduzir expressões como «o costume», «o de sempre», ou até um menos vago «aquele que me deu a provar da outra vez».

Com o seu rés-do-chão e cave, o espaço não é tão grande quanto a lista de artigos disponíveis possa dar a crer: café e chá, frutos secos, bolachas, biscoitos, todo o tipo de guloseimas, bules, máquinas de café e acessórios. Tudo o que precise para usufruir de um bom café, incluindo o próprio, com destaque para os lotes da casa. Também oferece um chá personalizado, o chá Cafélia, uma mistura de dois chás preto e um verde.

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