A história deste espaço físico começa antes ainda de ser uma Taberna/ Casa de Pasto ou/e nbsp; em termos mais modernos, uma Tasca. Entre os anos de 1920 e 1942 foi este o 1° quartel de Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique. Em 1947 abre portas como registo de taberna.

Em 1985, por cedência de quotas, o espaço começa a ser gerido pelos atuais gestores do negócio, minhotos de gema, João Gomes e esposa Adelaide Fernandes. Desde então, as alterações ao espaço surgem meramente por questões legais em termos de restauração em matéria de Segurança e Higiene no Trabalho, mas foi sempre o objetivo manter a traça antiga e genuína da casa, como seguramente existirão poucas na cidade de Lisboa.

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O sonho de Luís Alves Dias, fundador, sempre foi abrir uma livraria no bairro que ele considerava a «rive gauche» lisboeta. Na altura havia várias: a Concorrente, a Volga, a Compasso, hoje todas extintas. Perdura a Ler, simplesmente LER, três letras para descrever um dos maiores prazeres da vida. Desde a abertura em 1970 até à revolução de Abril em 1974 foi uma referência para os livres pensadores, por poderem ali encontrar livros proibidos pelo regime. Vendidos clandestinamente, claro. Escondiam-se os exemplares em vãos de estantes, paredes falsas ou até baldes de tinta, e só se vendiam a clientes de confiança.

Foi também editora. Publicaram-se 35 títulos, dos quais se destaca a colecção Maria da Fonte pela forma como contribuiu para a literacia sobre temas da política, da causa social e das teorias revolucionárias. Hoje serve também como centro cultural do bairro: sessões de poesia e musicais, um clube de leitura, e têm realizado lançamentos de livros, sessões de autógrafos, workshops e sessões de leitura semanal de histórias para crianças. Além disto, participa na Feira de Poesia que se realiza no Jardim da Parada.

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