Jardim Botânico da Ajuda

Praças e Jardins / Ajuda

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Fundado em 1768, é o Jardim Botânico mais antigo de Portugal e o 15º da Europa. Criado por ordem do Marquês de Pombal, durante o reinado de D. José, o Jardim Botânico da Ajuda nasceu de um projecto do botânico italiano Domingos Vandelli, encarregado de delinear e dirigir as obras. Nascido com a designação de Real Jardim Botânico da Ajuda, o conjunto incluía o Museu de História Natural, o Gabinete de Física e a Casa do Risco e chegou a ser, no séc. XVIII, uma das mais importantes instituições científicas da Europa e a primeira (e a mais importante) instituição dedicada ao estudo da história natural do país. Instalado nos terrenos do Palácio da Ajuda, nasceu com o propósito de se estender até ao Palácio, mas as Invasões Francesas de 1808 vieram alterar o rumo da História. Com cerca de cinco mil plantas vindas dos quatro cantos do mundo, o Real Jardim Botânico viu, naquela altura, parte da sua colecção ser destruída e o projecto expansionista não se concretizar, perdendo assim a sua coroa. 

Mais tarde, com o regresso da corte portuguesa do Brasil, o Jardim Botânico da Ajuda foi reactivado, tornando-se no jardim de eleição da família real nos momentos de lazer. Só após a proclamação da República foi, finalmente, aberto ao público.

Hoje, o Jardim Botânico da Ajuda pertence à rede de jardins botânicos da Universidade de Lisboa (a par do Jardim Botânico, no Príncipe Real, do Jardim Botânico Tropical, em Belém e Tapada da Ajuda) e encontra-se sob tutela do Instituto Superior de Agronomia que garante a sua gestão, manutenção e desenvolvimento. Cenário de uma beleza colossal e palco de diferentes atividades, é um espaço de investigação, conservação, educação e lazer que vale a pena visitar em família ou tranquilamente, à sombra de frondosas árvores centenárias e embalado pelo aroma das plantas.

Cenário de reis e rainhas

Motivos não faltam para visitar o Jardim Botânico da Ajuda. Ao todo, são três hectares e meio dignos de um palácio real, divididos em dois tabuleiros, que reservam uma viagem no tempo. Ao passar a porta, facilmente se sentirá num cenário oitocentista, rodeado pela aristocracia portuguesa e uma infinidade de cores e aromas de múltiplas espécies, algumas que datam da criação do jardim.

Arquitetado segundo os modelos renascentistas em terraços talhados na encosta, o Jardim Botânico da Ajuda inclui um jardim romântico, a Fonte das Quarenta Bicas – ornamentada com criaturas fantásticas –, um arranjo simétrico de canteiros rodeados de buxo, uma escadaria majestosa que liga os dois tabuleiros e uma balaustrada repleta de líquenes datados da época da fundação do jardim. Ao longo do jardim, a beleza da natureza impõe-se com árvores majestosas a embelezar o caminho, um dragoeiro suportado por uma estrutura única que lhe dá o aspeto de escultura viva e pavões multicoloridos que encontram nos seus braços o apoio preferido. Entre pedra esculpida, lagos e fontes, o Jardim Botânico convida a descobrir uma colecção de plantas nacionais e internacionais organizada por regiões fitogeográficas; conhecer o Jardim Olissiponense com plantas autóctones da região de Lisboa; despertar os sentidos no Jardim de Aromas – que inclui plantas aromáticas e medicinais com sinalética em braille –; perder-se na beleza da Estufa das Orquídeas ou saborear uma deliciosa refeição no Espaço Estufa Real enquanto desfruta de uma vista magnífica com o Tejo enquadrado pelo casario da Ajuda e Belém.

Informações

Bairro

Ajuda

Quem entra em Lisboa pela Ponte 25 de Abril, logo à esquerda salta à vista o bairro da Ajuda, que se estende até ao parque de Monsanto. A paredes meias com Belém e com Alcântara, este bairro é conhecido por ser um dos que se esforça por manter a traça original e que tem um património diversificado fruto das muitas gerações que por lá passaram.