Marvila and Beato
Localizados na zona ribeirinha no lado oriental de Lisboa, entre o centro histórico e o moderno Parque das Nações, os bairros adjacentes de Marvila e Beato estão a reinventar-se e a ganhar nova vida. Este movimento de renovação está a transformá-los numa das áreas mais fascinantes e inovadoras da capital, um lugar eclético, onde o charme do tradicional convive com uma vibe contemporânea na arte, cultura e gastronomia. E onde a autenticidade continua a dominar a vibrante vida social.
Outrora uma zona industrial de armazéns e fábricas, Marvila é agora um espaço vivo de empreendedores que geraram aqui uma série de negócios. Artistas e criativos foram os primeiros a instalar-se nos característicos edifícios de arquitetura industrial, onde abriram galerias de arte, lojas, ateliers, coworks, restaurantes, bares… O Hub Criativo do Beato, um centro de inovação para empresas das áreas da tecnologia e indústrias criativas, e a Phosphoreira, que transformou a antiga Companhia Portuguesa de Fósforos num parque empresarial, ajudaram muito a valorizar esta área.
A crescente transformação da zona ganha igualmente forma na reabilitação urbana. Os antigos armazéns, a par com icónicos edifícios que representam o melhor da arquitetura Art Déco portuguesa, estão a ser convertidos em apartamentos modernos, muito procurados por investidores internacionais que convivem lado a lado com a comunidade local há muito estabelecida no bairro.
E apesar de estar a tornar-se num dos locais mais criativos e irreverentes de Lisboa, onde já ganhou fama a vida noturna, Marvila e Beato têm tudo para continuar a ser atrativos para as famílias: o novo Parque Ribeirinho Oriente, um extenso espaço verde (com ciclovias e caminhos pedestres) propício à prática de desporto mesmo em frente ao rio Tejo, serviços de conveniência, escolas e hospitais nas proximidades e uma boa rede de transportes.
De Marvila ao Beato há muito para ver e fazer, desde salas de espetáculos, lojas e restaurantes de todo o tipo. Há gastronomia internacional de reputados chefs, como o chef Chakall, cozinha tradicional portuguesa em versão moderna, conceitos que primam pela originalidade ou locais acolhedores para as refeições do dia-a-dia. Este foi também o local escolhido por Henrique Sá Pessoa para instalar o seu Atelier, onde o chef dá largas à imaginação na pesquisa e criação dos pratos que são depois apresentados no restaurante Alma.
As cervejarias artesanais também puseram Marvila nas bocas do mundo. São três (Dois Corvos, Lince e Musa) e juntas formam o Lisbon Beer District. Num registo diferente, a Fábrica de Braço de Prata é um local surpreendente, onde a seguir a uma refeição pode assistir a um espetáculo.
Conhecido pelas suas igrejas e conventos, o Beato é detentor de um património histórico e cultural muito rico. Um dos lugares mais notáveis é o Museu Nacional do Azulejo. Está instalado num antigo convento centenário e conta-nos a história dos famosos azulejos portugueses de um modo fascinante.
E porque a zona é de contrastes, há também lugar para a arte contemporânea. A Galeria Filomena Soares é a mais antiga do Beato e reúne interessantes peças contemporâneas de artistas portugueses e internacionais. Já a Underdogs, em Marvila, mostra criadores nacionais e estrangeiros ligados à cultura visual e urbana e tem por fundador Vhils, um dos mais reputados criadores de street art em Portugal.