Fado, o eco de Lisboa
“Silêncio, que se vai cantar o fado!”. Os primeiros acordes da guitarra portuguesa transformam o ambiente e preparam o palco para um momento arrepiante em que um xaile, uma voz penetrante e muito sentimento, são os elementos principais.
O Fado, considerado Património da Humanidade pela UNESCO desde 2011, nasceu nas ruas e migrou para as Casas de Fado. De Alfama à Mouraria passando pelo Bairro Alto escutam-se os inconfundíveis acordes da guitarra portuguesa e a melodia da saudade.
Por entre ruas e ruelas destes bairros típicos lisboetas, em alguns restaurantes, a tradição mantém-se viva. Faz-se silêncio porque se vai cantar o fado. Os acordes da guitarra portuguesa ecoam, como manda a tradição, por entre a penumbra das salas, onde, vestida de negro e com o xaile pelos ombros, a fadista homenageia Amália Rodrigues, a voz que celebrou e internacionalizou o fado português. Um espetáculo de sentir e de sentidos, em que a música traduz emoções e uma forma tão especial se sentir do povo português. Além dos aplausos, as atuações normalmente terminam com um muito comum e sentido “Ah fadista!”.
Conheça as mais emblemáticas casas de Fado e reviva a tradição e as emoções nas vozes dos fadistas, ao som da guitarra portuguesa.
Para verdadeiros apreciadores de Fado, ou aqueles que querem ficar a saber mais sobre a tradição, não devem deixar de visitar o Museu do Fado, que desde 1998, presta homenagem a todos os fadistas e conserva quase 200 anos de história.
A Severa
Bairro AltoSituada na mais alta das sete colinas de Lisboa, o Bairro Alto, bairro onde durante séculos existiu uma grande tradição da restauração e das artes, que se mantem até aos dias de hoje. Conjugando ambos, a Severa é um convite a quem gosta de desfrutar de duas das maiores tradições portuguesas, saboreando a tradicional gastronomia portuguesa, na companhia da canção que vai na alma dos portugueses, o Fado.
Inaugurada em 1955, a Severa é uma das casas de Fado mais antigas da cidade. O nome foi inspirado na história da cantadeira ci%s>p...
Adega Machado
Bairro AltoEm 1937, o violista Armando Machado integrou uma comitiva de fadistas que se deslocou à capital francesa para um espetáculo em homenagem à rainha D. Amélia, que se encontrava exilada em França. Ao ver o poder do Fado, a canção que ninguém fica(va) indiferente, pensou em abrir uma casa em Lisboa “onde se ouvisse fado todos os dias”, o que concretizou ainda nesse ano.
Atualmente a Adega do Machado distribui-se por três pisos, com paredes decoradas com registos fotográficos de personalidades que por lá passaram. Aqui pode-se desf%s>p...
Café Luso
Bairro AltoAs antigas cavalariças e adegas do Palácio de São Roque são hoje em dia palco de uma das conhecidas casas de fado lisboetas: o Café Luso.
Nesta Casa de Fado, sob o mote “Fado no Café Luso, Tradição sem Tradução” as atuações iniciam-se às 20h00 e decorrem até às 02h00 com intervalos de aproximadamente 20 minutos, para trocar “dois dedos se conversa” e desfrutar dos pratos tradicionais portugueses.
O Faia
Bairro AltoEm 1946, a fadista Lucília do Carmo, mãe do reconhecido fadista Carlos do Carmo, juntamente com Alfredo de Almeida abriram uma Casa de Fado, à data com o nome Adega da Lucília. Em 1980 o, entretanto já “O Faia”, foi adquirido por António Ramos, que em conjunto com os seus filhos continuaram a honrar o conceito original d’O Faia: uma casa de fado com gerência familiar.
Até aos dias de hoje, a família mantém a missão diária de criar uma harmonia entre a experiência cultural de uma noite de Fados e a cultura gastronómica. Aromas %s>p...
Mesa de Frades
Alfama, Castelo e GraçaNum recanto da Rua dos Remédios, atrás das portas verdes, numa antiga Capela do Palácio D. Rosa, revestida a azulejos do século XVIII, encontramos uma casa de Fado em que “a proximidade entre fadista e ouvinte é absoluta e a informalidade é lei”.
A antiga capela, com ambiente acolhedor, é agora o palco habitual de vários jovens fadistas e o local ideal para ouvir e participar em espetáculos de Fado vadio.
Clube de Fado
Alfama, Castelo e GraçaEm pleno coração de Alfama, a paredes meias com imponente Sé de Lisboa, pode se desfrutar do “verdadeiro sabor da tradição” com pratos típicos da gastronomia portuguesa, ao som dos acordes da guitarra portuguesa e da voz com sentimento inconfundível dos fadistas.
A Baiuca
Alfama, Castelo e GraçaConhecida por ser uma casa onde o Fado Vadio é rei, na Baiuca esta canção canta-se de forma informal, como se fazia nas antigas tabernas lisboetas, nos finais do século XIX.
À meia-luz serve-se o jantar e quem lá entra sente a nostalgia, o verdadeiro espírito do Fado, sente Lisboa, a sua música, as suas sensações, os seus cheiros… sente o verdadeiro Fado vadio.
Casa-Museu Amália Rodrigues
São BentoOs verdadeiros amantes de Fado não podem deixar de visitar a casa onde Amália Rodrigues viveu durante grande parte da sua vida, que deu lugar à Casa-Museu da figura emblemática do Fado português, onde se pode fazer uma verdadeira viagem à vida da artista. Um espaço em que o tempo parou no dia da partida da fadista, ficando tudo como a mesma deixou. Numa casa que viveu da canção da saudade, o Fado continua a ouvir-se nas sessões semanais, ao sábado, no jardim.
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