Casamentos Santo António
Assim como as Marchas Populares, os Casamentos de Santo António são um marco de tradição da cidade de Lisboa. Esta iniciativa de cariz solidário surge da vontade de celebrar a união de casais lisboetas e de contribuir para a afirmação da identidade cultural dos bairros da cidade.
Os Casamentos de Santo António surgiram em 1958 como uma iniciativa do jornal Diário Popular, que visava possibilitar o matrimónio de casais com maiores dificuldades financeiras. No primeiro ano da iniciativa, que tem no Santo António o seu padroeiro, 26 casais deram o nó na Igreja de Santo António. No entanto, no ano de 1974, o acontecimento foi interrompido e só 23 anos depois é que a Câmara Municipal de Lisboa recuperou a iniciativa, que, em 2019, foi integrada nas Festas de Lisboa, sob a égide da EGEAC. Este ano, a tradição mantém-se e no dia 12 de junho, 16 casais lisboetas voltam a dar o nó em cerimónias religiosas e civis.
Considerado “santo casamenteiro” pelas lendas populares, Fernando de Bulhões, mais conhecido por Santo António, foi um grande intelectual da Igreja, que, segundo reza a história, nasceu perto da Sé de Lisboa entre 1191 e 1195, no seio de uma família da pequena nobreza. O santo faleceu a 13 de junho de 1231 e é nesse dia que, todos os anos, se realiza a procissão de Santo António, que sai da Igreja, junto à Sé, e percorre os bairros da colina do Castelo, em Alfama. Ao desfile juntam-se muitos fiéis, que integram o cortejo e assistem à sua passagem.
Na sequência deste evento, surgiram outras iniciativas integradas na programação das Festas de Lisboa, como os Tronos de Santo António. Esta ação, promovida pelo Museu de Lisboa, consiste numa exposição de rua dos tronos, nos dias 4 e 5 de junho, nas portas ou janelas de casa dos participantes. É obrigatória a inscrição no desafio, que tem como única condição a presença de uma figura do Santo António no local mencionado, para que depois seja criado um roteiro de visita composto pelas fotografias dos tronos.
Igreja de Santo António
ChiadoSegundo reza a história, é no exato local onde nasceu Santo António que se ergue a Igreja de Santo António de Lisboa, localizada na freguesia de Santa Maria Maior. Desde o século XV que existia uma capela em dedicação ao santo, destruída pelo Terramoto de 1755, e da qual só restou a capela-mor. A reedificação da igreja, que decorreu entre 1767 e 1812, teve em Mateus Vicente de Oliveira o responsável do projecto. Em 1982, o templo foi visitado pelo Papa São João Paulo II.