
7 Cafés que guardam estórias em Lisboa

“É uma bica, se faz favor!” Ouve-se, a toda a hora, nos cafés e pastelarias da capital. Um pedido rápido e quase sempre automático, assim que um lisboeta passa a entrada e se aproxima do balcão. Um ritual de tal forma enraizado que conta já com séculos de tradição.
Pouco depois, lá vem a chávena fumegante, pronta para espantar o sono e satisfazer os prazeres daqueles que fazem deste shot de cafeína, uma verdadeira instituição no seu dia-a-dia. Bebido sofregamente ao balcão ou tranquilamente numa mesa de esplanada, o café expresso – há muito baptizado pelos lisboetas de “bica” – não tem horas marcadas e serve de pretexto a qualquer ocasião. Mas há lugares históricos, nesta Lisboa de encruzilhadas, que resistem à passagem do tempo e onde a bica tem outro sabor. Sabe a histórias de épocas passadas, adocicado pela elegância dos tempos idos. Delicadamente, aproximamos a chávena quente dos lábios e sentimos o travo da tradição onde as memórias de outras eras nos despertam a cada gole. Instalados em edifícios com belas fachadas, são cafés com alma, outrora palcos de tertúlias intelectuais que inspiraram poetas e revoluções, onde século após século, a bica serve- se ao compasso de um ritual imposto pela solenidade dos gestos.
Seja bem-vindo aos cafés icónicos de Lisboa. Sente-se confortavelmente e desfrute de uma bica num espaço que conta estórias e respira História.



CAFÉ NICOLA
BaixaNo Rossio, a fachada do Nicola, da autoria de Norte Júnior, não passa despercebida a quem por ali passeia calmamente, denunciando desde logo que aquele, é um espaço que tem muito para contar. Aclamado como o café mais literário de Lisboa, abriu ao público no século XVIII pela mão de um italiano que lhe deu o nome “Botequim do Nicola”. Desde logo, começou a ser frequentado por conhecidos escritores, artistas e políticos que o visitavam com tal assiduidade que fizeram dele a sua segunda casa. Foi o caso do poeta Bocage, a quem foi erguida uma estátua no interior do espaço. %s>p...


Confeitaria Nacional
BaixaNo largo paralelo ao Rossio, instalada numa das esquinas da Praça da Figueira, ergue-se graciosamente a Confeitaria Nacional, a mais antiga da baixa lisboeta. Fundada em 1829 por Balthazar Roiz Castanheiro, foi eleita uma das melhores e mais antigas casas de doces da Europa pela CNN. Aqui nasceu, há mais de 180 anos, o tradicional e natalício Bolo Rei, que mantém secreta a sua receita até aos nossos tempos.
Decorria o ano de 1875, quando Balthazar Júnior, filho do fundador e na altura gerente do negócio, descobriu, numa visita%s>p...



MARTINHO DA ARCADA
BaixaFoi “Casa da Neve” mas desse nome, poucos se lembram. Considerado o café mais antigo da cidade, abriga-se, desde 1782 numa das arcadas do Terreiro do Paço. As fotografias que decoram as paredes e contrastam com bonitos azulejos atestam que Fernando Pessoa também ali se demorou durante longas tardes entre conversas, pensamentos e poemas. Tradicional cenáculo de personalidades do círculo intelectual português, o Martinho da Arcada promoveu homenagens a poetas, escritores e atores amigos da casa, atribuindo-lhes mesas com os seus nomes. Hoje continua a ser, orgulhosamente, u%s>p...



Pastelaria Versailles
Avenidas NovasTem o nome do requintado palácio francês e o seu interior parece uma sala saída deste. Fundada em 1992, a Pastelaria Versailles é um espaço icónico das Avenidas Novas exibindo, no seu interior, monumentais espelhos nas paredes e tetos trabalhados ao pormenor. A art nouveau define o ambiente ao estilo de um verdadeiro clássico café europeu. Na Versailles, o simples ato de beber café raramente é solitário. Por perto terá sempre uma das pastelarias mais refinadas e variadas de Lisboa a sorrir-lhe pela vitrina.
Quem lhe sorri tamb%s>p...




A Brasileira
ChiadoInaugurada a 19 de novembro de 1905, no Chiado, A Brasileira foi o cenário de inúmeras tertúlias intelectuais, artísticas e literárias, onde escritores e artistas como Fernando Pessoa ou Almada Negreiros eram presença assídua. Como berço da “bica”, A Brasileira do Chiado mantém hoje intacta a sua identidade, bem como o eterno poeta na esplanada. Classificada desde 1997 como imóvel de interesse público, A Brasileira é o mais icónico café de Lisboa e um dos três únicos que atravessaram todo o século XX e se mantêm abertos, granjeando o seu posto de destaque entre os locais mais emblemáticos do ...



Pastéis de Belém
Belém e ResteloEstá gravado na memória de muitas famílias lisboetas o ritual domingueiro de ir aproveitar o sol para os jardins de Belém e lanchar um pastel; ou a variação fim de tarde, em que o pretexto podia ser ver a fonte de água colorida e comer um pastel. Havia ainda a hipótese de visitar o Mosteiro e comer um pastel e, mais recentemente, de ver uma exposição ou um espectáculo no CCB, e depois terminar a noite com um pastel. A verdade é que o pastel ia bem com praticamente tudo que se pudesse ir fazer a Belém, o que polvilhou para sempre as nossas melhores memórias com açúcar e ca%s>p...


Apresentação do Plano Geral de Drenagem de Lisboa
